quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

Aeroplano

Escrevo textos, parágrafos, linhas, palavras e letrinhas. Entre eles, coloco pontos e vírgulas, para não impedir ninguém de respirar. De vez em quando, até arrisco um ponto-e-vírgula, que eu nunca aprendi a usar direito. E perguntam-me: "Por que você escreve?"
Quem disse que eu sei? Não sou cronista, não gosto muito de fazer críticas, não noticio nada. Apenas gosto de colocar para fora minhas impressões e criações. Faz-me mais leve, escrever. Nem sempre consigo fazer algo que eu realmente goste. Aliás, quase nunca gosto do que escrevo, porque não consigo ainda traduzir completamente o complexo enlinhado de sentimentos e impressões que assolam o meu coração.
Escrevo histórias, pedaços, contos, até poemas. Tenho uma caixa com esboços, e ao contrário de muita gente, acredito em inspiração. Há dias em que nada sai, enquanto há outros em que o entusiasmo não cabe no papel nem no computador.
Engraçado escrever, não é? Imagino os jornalistas, que precisam escrever sempre, para viver. Quantos não devem estar agora mesmo fazendo suas matérias incríveis, suas crônicas, colunas...
E eu, uma menininha das palavras, engatinhando ainda do A para o E, percebendo inconscientemente o vôo, que só acontece depois da corrida. E sempre que caio, uma vírgula daquelas me levanta, pra dizer que eu estou aprendendo, e um dia, os dois pontos me dizem, um dia, eu também vou, eu também vôo: homófonas perfeitas.