quinta-feira, 7 de março de 2013

"Já fui mulher, eu sei..."

Tive a oportunidade de ver Zeca Baleiro cantando aqui em João Pessoa e não me saiu da cabeça uma música: "Eu sei como pisar no coração de uma mulher. Já fui mulher, eu sei." A letra é de uma empatia paradoxal. São bonitos os pensamentos que produz. Hoje, o dia das tecelãs guerreiras, o nosso dia, é dia de pensar no privilégio, na responsabilidade, na dor, na beleza, de ser mulher. Eu, menina, sei o que é, no primeiro dia de aula do curso de inglês, ainda tão pequena, entrar na turma que só tinha meninos que me olhavam com estranhamento. Eu, menina, sei como ouvir a história da minha melhor amiga, e sentir suas angústias, suas alegrias, suas conquistas, como se fossem minhas. Sei também contar-lhe minha vida e vê-la sentida nela. Eu, adolescente, sei como os hormônios podem virar nossas cabeças durante dois, três, quatro dias, explodindo em lágrimas. Eu, adolescente, sei o que é sentir uma confusão boa no coração e tentar, pela primeira vez, entender o que é amar outra pessoa, a pessoa que eu quero. Eu, adolescente, sinto a presença de Deus de uma maneira tão bonita na minha vida. Eu, mulher, sei o que é sentir intensamente, ver coisas que os homens não conseguem enxergar. Eu, mulher, sei que a beleza do corpo é muito enganosa, mas temer a Deus me garante uma alma limpa de forma perene. Eu, mulher, estou aprendendo o que é lutar todos os dias. Eu, mulher, sei que não é fácil, mas vale a pena. Eu, mulher, sei como a vida pode machucar com força os nossos corações, mas sei que tudo passa. Eu, mulher, aprendi a chorar de alegria sem ter vergonha. Eu, mulher, vi que é possível trabalhar, cuidar dos filhos, da casa e dos outros. Eu, mulher, me orgulho de ver tantas tão vividas, que continuam com o mesmo vigor, que entendem que a vida só cessa quando cessa. Eu, mulher, estremeço quando vejo as outras de mim lutando para poderem falar, votar, cantar, dizer o que pensam sobre o seu corpo. Eu, mulher, sinto hoje pelos corpos e almas femininos que têm sido destruídos por pais, filhos, maridos, que prestarão contas a Deus. Eu, mulher, sei que preciso fazer mais por elas, para que escutemos seus corações. "Eu sei como é bonito o coração de uma mulher. Eu sou mulher, eu sei..."

quarta-feira, 6 de março de 2013

Natal 2012

Tive uma sensação engraçada ao ver escrito, em um bolo de Natal: 'Feliz Aniversário, Jesus'. E acho que não deveria. Sei lá, tão normal quando comemoramos o nascimento das pessoas homenageá-las assim, não é? Mas Jesus parece um aniversariante muito ausente, muito distante da festa que deveria ser sua. Os milhões de presentes que compramos, às vezes tanta farra, tanta bebedeira, tão pouco de comunhão com Deus e com a família, neste dia. Jesus disse que quando fazemos e damos coisas a quem realmente precisa, estamos fazendo a Ele próprio. Neste natal, quantos presentes compramos para os nossos queridos? E quantos para quem realmente precisa, que significa dar ao aniversariante? Neste natal, você vai falar com Jesus? Ou vai deixá-Lo como o pano de fundo da sua diversão, da reunião da sua família, como se Ele fosse a lembrança distante de um bebê que veio ao mundo, e não o próprio Deus, que está vivo entre nós? De uma coisa eu sei: o melhor presente que podemos dar a Deus é a nossa própria vida aos Seus pés. A prova do amor de Deus é ter enviado Jesus ao mundo, para nos ensinar e morrer por nós. Mas a vida e o sacrifício de Cristo só podem ter um valor real nas nossas vidas se nós quisermos. Nos últimos dias, os meninos da casa shalom que têm aula no Projeto ABC/PIBJOVEM cantaram uma música tão linda, de quem realmente sabe que o que podemos embrulhar num papel e dar a Deus neste natal é a nossa própria vida. Dizia: "I give God me this Christmas, from my head down to my toes, I give God me this Christmas, that's what He wants the most!" Feliz Natal a vocês todos! Que o amor de Deus materializado em Jesus toque os nossos corações neste dia! Obrigada, Senhor, por assumir essa forma de gente, por passar por todas as dificuldades dessa vida, mesmo sendo Deus. Obrigada por me amar tanto!
Jesus querido, que eu aprenda das tuas aflições e do teu sofrimento a passar por esse mundo com a tua sabedoria, com o teu amor, com tua mansidão, com teu espírito que não julgava os outros, com a tua coragem de defender o correto e colocar-se ao seu lado sem medo, com a tua bravura de enfrentar quem quer que fosse, e com a tua sensibilidade, que conseguia ver, no olhar de uma criança, o Reino de Deus. Que eu diminua, que diminua a minha vontade, que diminuam as minhas palavras, que diminua o meu orgulho, e que cresças Tu, Senhor, nas minhas batalhas diárias, ainda que me doa.