quarta-feira, 21 de novembro de 2012

Entendam que não.

Que não há mais nada a ser dito. Quase sempre, na vida, não há mais nada a ser dito. Há coisas a serem feitas, decisões a serem tomadas: por vocês, por mim, por todas as pessoas. Se umas não decidem, outras o fazem. Clarice dizia que o amor não mata. Às vezes parece que sim. Mata um pouquinho a cada dia. Mata quando não ouve o coração do outro, ou melhor, a intensidade do coração do outro. Tudo já foi dito, mas dizer não adianta. Dizer não muda as águas. As palavras, que são tudo, são também nada. Feche e abra os olhos. Veja que tudo continua exatamente no mesmo lugar, inclusive os medos latentes. Só um peteleco e eles explodem. Boom. E vocês, o que farão? Esperarão a vida inteira para que outro venha e estale os dedos? Por que não conseguem viver a própria vida? Os loucos (principalmente as loucas) vêm ao mundo com suas mensagens. A Virginia (das horas - always, the hours) disse: "you cannot find peace by avoiding life." Eu digo: "you cannot find peace by avoiding Life. You never will." E talvez, se vocês querem evitar a Vida, eu não quero estar com vocês. Eu quero estar onde a Vida transborda, onde há coragem, onde há bravura, onde há um amor que não mata, porque não morre inerte. Eu quero estar onde as palavras fluem incessantemente com o riso e com as lágrimas; onde há beleza, porque houve escolhas. Eu quero estar onde o meu dizer seja bonito de novo. Em Cristo. Porque, se em outras coisas eu me pareço com vocês, nisto sinto que somos muito diferentes. Inconciliavelmente diferentes.

terça-feira, 6 de novembro de 2012

Still my fav place.

É liberdade.
É descobrir as novas cores, tons e nuances da vida.
É viver sem hora certa, nem para sair de manhã, nem para voltar de manhã.
É andar por lugares desconhecidos, na certeza de que se chegará a um lugar bonito.
É sentir agitação e tranquilidade habitarem o coração ao mesmo tempo.
É ver que as coisas, vistas de cima, são tão diversas.
É compreender que ser é mesmo como a tua roda gigante.
É presenciar a materialização dos bandolins da música, sempre no mesmo lugar.
É ouvir teus espetáculos, teu sotaque.
É saber que Deus nos cuida, onde quer que estejamos.
É ter o presente de estar acompanhada dos outros e de si própria.
É conhecer novas ideias, novos sabores, novos modos de ser.
É perder-se em livrarias, em prédios ou nas ruas.
É ver Ovídio desenhado por Dalí, bem de pertinho.
É o nascer de um novo poeta, tão lindamente perturbado quanto devem ser os poetas.
É liberdade.
I love you, L., for what you mean to me.