segunda-feira, 25 de abril de 2011

Sim, eu amo a mensagem da Cruz

"Certamente, a palavra da Cruz é loucura para os que se perdem, mas para nós, que somos salvos, é poder de Deus." (1 Co. 1:18)
  
Ontem, domingo de páscoa, além de agradecer com maior intensidade a Deus por Cristo e, portanto, de me alegrar por isso, surpreendeu-me também a linda pregação a que pude assistir. O pastor, referindo-se à igreja de Corinto (a seu grande misticismo, aos judeus que queriam um sinal e aos 'sábios' gregos), afirmava que tanto quanto eles, a Igreja de hoje precisa ouvir a carta de Paulo, e pregar Cristo, "e este cruficicado." Contou-nos, ainda, de um treinamento para líderes evangelistas que havia frequentado fora do país, no qual se falava do plano de salvação inteiro sem fazer menção à Cruz, ao arrependimento dos pecados e à mudança de vida pela ação do Espírito Santo, ao que ele, um japa de feições muito curiosas, perguntou: "E a cruz?" O professor (porque de pastor não creio que se possa chamar) lhe disse, em resposta, que o homem pós-moderno não estava preparado para a mensagem da Cruz e que deveríamos abordar o evangelho de outra maneira, falando do amor e das boas obras, a fim de construir um mundo melhor. Tudo muito bonito, mas não cristão. Uma vez, no livro de C.S. Lewis, Mere Christianity, li sobre a palavra gentleman, que outrora significava "homem rico", mas, com o tempo, foi-se utilizando tanto para pessoas gentis, que o seu significado mudou. Parece, diz ele, que é o que tem acontecido à palavra cristão. Há quem pergunte: "uma pessoa que só faz o bem aos outros mas não acredita em Deus não é mais cristã que uma que não ajuda ninguém?" Denomina-se cristão, agora, uma boa pessoa? De maneira alguma. Cristão é quem crê em Cristo e segue Cristo. A Bíblia é clara ao dizer que "pela graça sois salvos, e isso não vem de vós, é dom de Deus; não por obras, para que ninguém se glorie." E a graça de Deus, meus queridos leitores anônimos e conhecidos, é expressada no sacrifício de Cristo. O mundo pecador, sem ligação com o Pai, recebeu, de Suas mãos, o Filho (Emanuel, Deus Conosco), para morrer pelas nossas transgressões, nos permitindo o perdão dos pecados e, consequentemente, a comunhão com Deus. Contudo, a morte não o deteve: depois de três dias, Cristo ressuscitou e subiu aos céus, deixando, para habitar em nós, o Espírito Santo. Cristo, portanto, vive. Ou como disse o anjo a Maria (e por certo repetiria àqueles que insistem em deixar Jesus na Cruz): "não está mais aqui; ressuscitou." Deus não enviou o Seu Filho à Cruz para que tivéssemos muitas bênçãos materiais (como muitos pretendem), nem para que falássemos nas línguas dos anjos, nem para que esquentássemos bancos de igrejas: Deus enviou Cristo para nos salvar, perdoar os nossos pecados, fazer de nós novas criaturas e nos usar para alcançar outras vidas. Aliás, é isso o mínimo que podemos fazer. Rick Warren, em uma de suas pregações, pergunta: "se você encontrasse a cura para o câncer, o que faria? Certamente sairia correndo e espalhando aos quatro ventos." E nós, meus queridos, que conhecemos o lindo amor de Deus, o Seu poder para transformar vidas - nós, que conhecemos o Caminho, a Verdade e a Vida - será que não deveríamos contar também aos outros? Sem misticismos exagerados, sem promessas de bênçãos, sem tanto "fogo", a simples mensagem da Cruz, que é poderosa para salvar.

segunda-feira, 11 de abril de 2011

Se conseguíssemos atender ao mandamento de amar ao outro como a nós mesmos, e, por via de consequência, se nos importássemos mais com o outro, o mundo ao redor de nós seria menos triste, menos trágico. Mas nossas preocupaçõs cotidianas e a nossa crença inabalável de que o nosso sucesso é o que mais importa tornam inaudíveis os gritos de socorro de tantos que, bem pertinho de nós, morrem de fome, de frio (e também de tristeza, de solidão). Engraçado que quando a necessidade é nossa, queremos o mundo inteiro a nos assistir. E o outro? Que eu e você tenhamos olhos bem abertos e que os nossos olhos consigam ver.

quarta-feira, 6 de abril de 2011

Gente como você

Prefiro mesmo falar das vidas que invento: das pessoas que vejo na rua e viram protagonistas de histórias com que tenho sonhado; dos meus sonhos cotidianos que se materializam em palavras e dos meus bonequinhos, que, sendo puro éter, são também de carne e osso. São tão fortes e tão frágeis quanto a alma humana e os anseios nossos. Idealizar nunca foi meu forte. Pelo menos não quando se trata de pessoas. E, portanto, confiar nelas também não. Uns dias isso é bom, outros, terrivelmente ruim, porque parece que os seres humanos, tanto quanto as minhas pequenas criações, merecem certo crédito. Os mais verdadeiros, sobretudo. Deixo a dica: dos muito perfeitos, dos muito simpáticos (e também o oposto: dos profunda e constantemente tristes, dos que nunca sorriem), deve-se desconfiar. Nossas personalidades têm músculos e peles diferentes, e isso é o que nos torna lindos, mas nosso esqueleto - acredite - é o mesmo: uma grande mistura de tudo. A quem falta pelo menos um pouco de imperfeição, é difícil crer que seja real.