sábado, 25 de julho de 2009

Nem sempre

Sento-me, mas ao contrário dos revoltos, não dou gritos nem esmurro por libertação. Desamarro as cordas com a delicadeza dos adjetivos, solto os nós com a imperatividade doce dos verbos e digo-os a maneira como o devem fazer com os advérbios, que são absoluta, completa e lindamente prestativos. Embora sinta o desentrelaçar, nada vejo. Não vejo a liberdade, mas sinto-a de um modo inefável. Meus pensamentos se soltam em versos, e as palavras que me prendiam, pelo contrário, deixam-me livre. Quão complexa é a transformação! E ao mesmo tempo, quão necessária e simplória!
Releio-me, procurando, nas entrelinhas, entender. Procuro em cada espaço, em cada ponto, a leveza ou o abismo que eu quis imprimir. Mais difícil que ler é saber o que significa cada letra, pontuação e figura que formo, porque não se pode lembrar de tudo. Há pouquíssimos que compreendem a minha poesia - e eu nem sempre sou um deles.

quinta-feira, 23 de julho de 2009

Portitout

Por ti, qualquer coisa. Esforço-me todos os dias, tento brilhar o teu brilho, largo tudo. Pelo som da tua voz, movo montanhas, vou até depois da minha imaginação. Por ti, rompo as barreiras que sempre quis manter. Por ti, mudo as minhas prioridades, meus pensamentos e filosofias. Por ti, canto todos os dias. Por ti, daria tudo o que tenho, só para que sejas em mim. Por ti, deixaria sonhos, glória e sucesso. Por mim, deste a vida.

quarta-feira, 22 de julho de 2009

Meus desejos!

Desejo que você faça sempre o seu melhor, mas que saiba o momento certo de parar, porque, muitas vezes, é nas paradas que há vida de verdade. Desejo que você se divirta o quanto puder e que lembre sempre o memento mori, não há por que levar tudo tão a sério. Desejo que você sinta o calor que vem de toda a Criação e que veja como é bom fazer parte dela. Desejo que, a cada dia, você agradeça o presente de estar vivo e que você adquira a consciência de quão preciosa é cada respiração. Desejo que você ame e que, se se machucar, se recupere logo. Desejo que você não despreze os seus erros, mas use-os como degraus para alçar vôos mais altos. As molas mais comprimidas dão os maiores impulsos. Desejo que você não odeie. Quando preciso for, que fique triste ou se decepcione, mas não odeie ninguém. Desejo que você aprenda a profundidade do perdão e que possa praticá-lo. Desejo que esteja completamente ligado a Deus e que Ele viva dentro de você. Desejo que o seu sorriso contagie todo mundo à sua volta e que você seja um canal de tudo de bom. Desejo que você faça do mundo um lugar melhor. E, para isso, desejo que, se preciso, use todos os clichês do mundo. O importante é ser e fazer feliz. E, o que não vale a pena, deixar correr, não volta.

segunda-feira, 20 de julho de 2009

Je verai, je verai

Traduziram o "Ah, tu veras, tu veras" para "Ah, que será, que será?" É quase uma paródia! Que será? Verei?
Ah, eu verei, viverei. E amo, vivo e danço ao som francofônico.
:)

segunda-feira, 13 de julho de 2009

Respeito

Se tem uma coisa que sinto por mamãe, é respeito. Amo-a muito, mas há momentos em que suas decisões me irritam, como acontece com todos os filhos. Mesmo nesses momentos, respeito-a. Mainha sempre me deixou o mais livre possível para as minhas escolhas, mas também segura minhas rédeas quando as idéias são muito incoerentes. Hoje mesmo, agorinha, acabei de pedir-lhe algo que queria muito. Disse-me não e pediu-me que não a questionasse novamente sobre isso. Eu normalmente arguiria de volta, mas senti o zelo implícito na sua atitude. E, mesmo não gostando do que ouvi, respeitei, porque sei que quer o melhor para mim. Talvez ainda não seja o tempo para o que eu quis. Sendo ou não, acato a decisão de mamãe com reverência. Seu cuidado e sua dedicação são transparentes. Amo-a com o amor (depois do lindo Ágape, é claro), com o amor mais verdadeiro que possa existir.
Minha mãe é lanterna que me orienta nos caminhos do Senhor, e Ele fala com ela sobre mim, não tenho a menor dúvida. Como dizia Machado, "o que tiver de ser seu, às mãos lhe há de ir." E as minhas mãos têm se enchido das coisas mais inesperadas, praise the Lord!

sábado, 11 de julho de 2009

Foi assim, simples, tão simples. É muito vaga a lembrança que tenho do seu passado, e muitas vezes julguei ilógicas as suas decisões de dedicar-se à filosofia ainda tão jovem. Deixou a filosofia pela maior loucura deste mundo, mas eu nem liguei. Quão indiferente sempre fui! E semana passada, de repente, aparece-me de novo. E, sem conversar comigo, ensina-me sobre a preciosidade da obediência. Minha euforia inicial se esvai, ficam a mensagem e a oração. Espero e obedeço.
Só Deus está no controle de tudo.
(Solus Christus)

quarta-feira, 8 de julho de 2009

Rechonchudas menores

Agitam-se em mim
Tão belo! - As palavras
Num lindo motim
- São franco-escravas

Reviram-se todas
Pertinho daqui
E gritam, de bobas
Também eu as vi

Eu digo-lhes sim
Em meio às revoltas
Mas fogem de mim
Rebeldes, são soltas

E as minhas palavras
Não mortas - paradas
Insistem, assolam
As minhas passadas
(Ontem, por volta das nove)