sábado, 24 de outubro de 2009

Can you?

In the beautiful sandy sea, in the stunning sky, in the nature, with the wind and the breeze, in the songs you hear, in the poems you read, in the smiling faces, in the agape, in the little miracles, in the huge ones, in me, in you.
Seriously, can't you see God?

~

"Open the eyes of my heart, I want to see You, Lord!"
(Paul Baloche)

sexta-feira, 23 de outubro de 2009

Letter 21##

Meus Bens,
Antes de tudo, agradeço-lhes a preocupação. Estou me recuperando bem, tranqüilizem-se. Quero, nesta carta, contar-lhes uma história. Das reais. E envio-lhes uma cópia por email, como sempre. É que agora resolvi colocar no bloguinho para que eu possa sempre lê-la - traduzi-me bem, desta vez (incrível, não?). Pois bem, vamos ao caso. Lembram-se de Ana, aquela minha amiga de quem lhes falei há sete meses? Ana ficou com José. José é um colega querido de João - querido meu, também. Então, ficaram. Antes de tudo, devo dizer-lhes como me incomoda a intransitividade do ficar. Não me refiro ao amar da fraulein de Andrade (sempre esquisita, para mim), nem à escrita de Clarice, é claro. Os intransitivos de Clarice são a minha paixão secreta, vocês sabem. Mas, e ficar? Que significa? Não é sinônimo de permanecer, isso é fato. Ficar é transitório, como o foi com Ana e José. Ficaram umas cinco vezes, depois cada um correu para o seu lado, e - pasmem! - hoje, parece que nada aconteceu. Não sei porque, meus bens, mas me parece tão doentio. Não soa saudável, a vocês ocorre o mesmo? Acho que a atitude poder-se-ia incluir naquelas atitudes modernas que não compreendemos.
Quando me lembro de quando éramos menores e compartilhamos nossos primeiros amores, aliás, compartilhamo-los todos no mesmo espírito, com o entusiasmo engraçado e taquicárdico dos in love, penso que vivemos bem. Das piscadas de olho (quão piegas soam!) aos elogios, dos elogios às implicâncias, das implicâncias ao afeto, do afeto ao bem-querer e deste ao estar junto. Notem: estar. Lembro-me também de quão atípicos sempre foram vocês - talvez por isso eu os tenha em tão alto conceito - porque abraçavam o compromisso como quem se joga de asa delta. Pensando bem, vocês são muito sortudos. Nunca lhes ocorreu encontrar as facas no ar, como Léo e Bia?
Em conhecendo-lhes, diria que não. Mas, volvamos ao assunto. Já imaginaram quão terrível deve ser beijar alguém com quem não se tem vínculo? Qual é a ética do negócio? Aliás, esqueçam, não me digam - não quero saber. Compartilhar um pedaço de você com um simples amigo? (Não me levem a mal, é claro que nós cinco dividimos alma e pensamento, que são mais profundos, mas vocês sabem que um beijo é a mais entusiástica comunhão dos in love). E como é bom, esclarecido tudo, deitar nos braços da paz cordelianos e encontrar o timing perfeito! Lembro-me de você e Maria, Pedro! Pensei que o major matá-lo-ia, naquele dia. Por isso fizemos a festinha antes - não tínhamos certeza se voltaria vivo. Você é cabra macho mesmo, amigo! Sabe que são o meu casal preferido, pela força que têm, por tudo.
Não posso esquecer de Caio também, mas a história dele é a mais cômica, e eu estou tentando escrever-lhes com seriedade, ao menos uma vez.
Com todas as recordações, só posso decidir permanecer no estar. Sou dos compromissos, da segurança, do relacionamento, do namoro, da certeza, bem me conhecem - não há jeito. Ao mesmo tempo, tenho medo da rapidez. Não gosto da urgência, mas também me atordoa a incerteza. E lá vai, como sempre, termino bombardeando-lhes com meus paradoxos. Já se acostumaram, não é mesmo?
Mando a foto dos meus cabelos novos e dos meus óculos novos, para que me vejam e digam o que acham.
Ah, Fabi, seus poemas me fascinam, cada vez mais. Escreva muito, minha amiga. Escreva sempre. Você voa, com certeza.
Beijo-os, abraço-os e sinto sua falta sempre,
Com todo amor, permanência e calma,
Estejam,
MH

P.S.: A prova de francês foi comicamente terrível - é preciso que me perdoem a bagunça na pontuação e nos acentos.
P.P.S.: Troquei todos os nomes, é claro. Não reclamem de sua identidade pública! :P

quarta-feira, 21 de outubro de 2009

Ma fierté :)


"Lembrei-me, naquele dia e muitas vezes, da importância da figura paterna – portanto, masculina – em minha vida. Quando eu era criança, o carro de meu pai entrando pelo portão, seu passo no corredor, o cheiro de sua água-de-colônia, sua máquina de escrever batucando noite adentro na biblioteca do outro lado da parede do meu quarto, tudo isso era mais que metade da minha segurança e felicidade. Seu jeito de falar comigo, nunca como se eu fosse uma criança boba, mas uma pessoa, suas respostas às minhas eternas curiosidades, seu acolhimento, sua paciência, até sua brabeza. Sua preocupação comigo, sua severidade em questões de vida escolar (em que eu era apenas sofrível), seus elogios e seu interesse, tudo me marcou tanto que ainda hoje, tantas décadas depois, me pego pensando: o que será que ele diria disso? O que me aconselharia? Que palavras escolheria para me confortar, animar ou até censurar?

O personagem positivo, amoroso, do pai que cuidava sem podar, atendia sem cobrar, acompanhava sem aprisionar, e me fazia sentir uma princesa mesmo que estivesse atrapalhada, é fundamental para minha relação com o mundo, sobretudo com o masculino. Não conheci o homem arrogante e bruto, egoísta, tirano, infantilóide ou metido a garotão, de que tantas mulheres se queixam, como pai ou companheiro, e por isso lhe agradeço ainda hoje. Conheci o masculino confiável – não perfeito, porque apenas humano, mas presente e bom. Por isso, possivelmente, não cresci desconfiada dos homens, nem agressiva, nem irônica. Não por virtude minha, mas pela beleza e bondade daquela presença primeira."
(Lya Luft)

E o meu arrasou hoje, arrasa sempre! Vê-lo retornar é lindo. Papai é forte, é o meu orgulho! :)

segunda-feira, 12 de outubro de 2009

Jujuba

para as crianças da minha vida, quem tanto amo
e para a criança que há em mim, sem a qual não viveria

...
..
.

Um, dois, três
Un, deux
One

Pá-pá-pá
Lá-lá


Sem meia
Sem meio
Inteiro

segunda-feira, 5 de outubro de 2009

Last Sunshine

O doce perfume que encheu aquele dia não se parecia com o insípido ar das outras tardes. Cheirava a alegria, felicidade, chocolate e morango. O céu estava rosa-alaranjado do pôr-do-sol, como se o Sol se fosse com pena - queria ficar mais tempo. As visões que preencheram aquela manhã foram singulares. Reencontravam-se, por acaso (existe?). Começaram a primeira conversa - sim, porque apesar de se reencontrarem, na verdade nunca se falaram. E ficaram embaraçados, suas bochechas coravam. Olhavam um para o outro, tentando esquadrinhar o que se passava pela cabeça do outro, e é como se conseguissem adivinhar, porque o diálogo era de um silêncio que se podia ouvir nas batidas do coração. Naquele momento, sua alegria era tão imensa que não se lembravam da espera nem da distância. Lembravam-se apenas do sossego com que o Criador os presenteava agora. Passaram o dia no êxtase da presença um do outro. Na alegria de escutar a voz um do outro. Na felicidade da parceria intelectual que faziam tão bem - mesmo que ele soubesse mais que ela. E o Sol era tão ameno que parecia acompanhar o clima suave dos dois. Andando pela praia, despediram-se do companheiro de um dia inteiro, com o saudosismo inerente aos amantes. E tinham a melhor das vidas, porque esperavam a lua. A melhor das vidas precisa de saudosismo e esperança, de saudade e sonho - e isso, meu caro amigo, os cúmplices de que falo tinham de sobra. E de sobra.