quinta-feira, 25 de setembro de 2008

"Uns tomam éter, outros cocaína.
Eu tomo alegria!"
(Manuel Bandeira)

Não enveredarei para o 'carpe diem quam minimum credula postero', prometo. Essa máxima latina não é o meu lema de vida: eu acredito muito no amanhã. Além disso, eu não falaria sobre ela. Há muitos pseudo-existencialistas, você deve conhecer uns cinco, que não hesitam em dissertar sobre o 'carpe diem', que nunca estão tristes. Assistiram à sociedade dos poetas mortos, não entenderam nada, acharam a frase bonita e pronto: está assassinado o conhecimento, o espírito crítico de intelecção. Mas também não é nesses indivíduos medíocres que me detenho. Quero falar sobre a alegria que não pressupõe aproveitar o dia desacreditando do amanhã. Alegria é uma sensação boa. É, como diria o tão polêmico panfleto do Pão de Açúcar, 'o que faz você feliz'. Para mim, alegria é dormir assistindo tevê, ir ao cinema de tarde e comer pipoca com Coca-cola, passear na praia com mainha, fazer festa do pijama com itamarzinho, morrer de rir com Carol, Tulipa e Adon (mesmo em aulas de física), ouvir Sinatra e, assumo, BeeGees, ler até a exaustão, Porto de Galinhas, sorvete, escutar sotaques britânicos, e lá vai. Qualquer dessas coisas poderia trazer um sorriso enorme para mim, são meu éter e minha cocaína, se parodiar Bandeira. Mas aquilo que me traz o ar de riso contínuo, a satisfação que está dentro de mim, muitas vezes profunda e silenciosa, é o amor do Céu. Saber que Deus me conhece e cuida de mim, e ver, a cada dia, o tracejado certo de suas linhas, que não são nada tortas como diz o provérbio, ça suffit! :D

"Eu tomo Jesus!"

quarta-feira, 17 de setembro de 2008

No fim das contas, você acaba aprendendo que os seus sentimentos nem importam muito. Tudo o que acontece dentro de você é como uma nuvem passageira, que se esvanece, muitas vezes por sopros externos, mesmo aquilo que você dizia forte como a morte, que nem naquele livro de Cantares. O que importa mesmo é que depois de cantar 'tudo passa, tudo sempre passará' você recomece. Não pare, não fique chorando, porque não adianta de nada. Simplesmente continue. Guarde as excelentes notícias da tábua de marés de hoje e bote esse barco pra frente, porque o menino que lhe ajudava não quer saber de tempo bom nem ruim, entregou-se a outros barcos. Você, minha querida, é mais forte do que pensa, e mais sabida também. Deixe de besteira, tudo volta ao normal. Virão novos peixes, praias, meninos.
:D

[Ô notícia BOA, Senhor! 9,8! MUITO OBRIGADA!]

segunda-feira, 15 de setembro de 2008

Eu não sei pilotar.

Minha pior viagem de avião foi quando ia para Miami, uma escala em Manaus. O avião não podia descer, por não haver nitidez, e tremia mais que tudo. Em meio à euforia, eu orei, depois comecei a ler uma revista, pra tentar esquecer de tudo. Diante de tudo aquilo, inclusive do medo, a minha única saída era confiar no piloto. Nossas vidas, também, passam por umas turbulências horrorosas, por vezes. Ser cristão, nessas horas, ajuda muito, visto que temos certeza de que Deus está conduzindo o avião da melhor forma. Nessas minhas últimas turbulências, o pior de tudo é não saber onde a aeronave vai parar, ou quem estará lá comigo, quando, enfim, aterrissarmos. Há diferentes destinos, diferentes futuros, escolhas a fazer, decisões a tomar. Desconheço os planos do meu piloto, mas simplesmente sei que Ele escolherá o que for melhor, porque Ele é o melhor piloto de todos, que bondosamente me disse que controlaria todos os meus vôos, e já me garantiu, também, o destino final. Eu, que nunca aprendi e nunca vou saber pilotar vidas, contento-me em orar e ler minhas revistinhas, principalmente sobre pesca. Ando muito interessada em peixes, ultimamente. Deve ser um gene dominante.

~

[Dear Father, You are the only one who knows my heart. Help me keep on trusting Your will. Everything I have is Yours. If you gave me, feel free to take away. I love You, I will praise you ANYWAY, ever and forever.]

terça-feira, 9 de setembro de 2008

Antônio Conselheiro foi um biruta que saiu andando pelos sertões, depois de duas decepções amorosas, há quem diga, lendo a Bíblia, pregando que o sertão ia virar mar. Os sertanejos seguiam-no felizes, por livre vontade. Ele não convidava ninguém. Andava, o povo ia atrás. Chegando na fazenda do Belo Monte, montou acampamento, e seus seguidores construíram uma cidade, de uns 25 mil habitantes. As pessoas, desesperadas, morrendo de fome, pagando elevados impostos, viam em Conselheiro um refúgio, uma segurança. Quando as expedições do exército brasileiro vinham enfrentar os canudenses, estes se jogavam contra os soldados armados, sem medo. Eram bravíssimos. Euclides da Cunha, em sua história de Canudos, diz que o sertanejo é, antes de tudo, um forte. O que me impressiona é a disposição que eles tinham para lutar, arriscando suas próprias vidas, porque o Belo Monte era a única coisa que eles tinham na vida. Tenho confrontado minhas amigas com a seguinte frase: "você, por acaso, tem alguma coisa?", e as brincadeiras já brotam aos montes. A resposta, eu mesma dou, é: "não, você não tem nada." Na verdade, apesar de não sermos donos de muita coisa, nós, cristãos, somos felizes, paradoxalmente, por ser propriedade de alguém. Entregamos nossa vida a Cristo, e Ele se torna o nosso tesouro. Mas, ao ver nosso comportamento e compará-lo com o dos canudenses, penso em quão fracos somos. Não nos dispomos a lutar por Cristo, que, ao contrário da esperança de Canudos, dá-nos uma certeza eterna. Admira-me quem luta pelo que tem. É, para mim, formidável, o exemplo dos missionários que se jogam contra os exércitos inimigos, para compartilhar o amor de Deus. Eu também gosto de lutar, todo mundo gosta. O problema é que, muitas vezes, lutamos pelo que não temos, ou pelo que achamos que temos: lutamos pelas nossas conjecturas, ao invés de batalhar pela única coisa que realmente vale a pena. É necessário mudar. Como disse Alexandre ao seu soldado, é mister escolher: muda-se a atitude ou o nome.

domingo, 7 de setembro de 2008

"Venha!"

Eu me lembro muito bem da primeira vez que escutei essa história da águia. Nunca entendia quando as pessoas diziam que voaríamos, no Senhor, com asas como as águias. Na verdade, essas aves tão charmosas e ágeis soltam os seus filhos de alturas enormes para que aprendam a voar. Quando, porém, o filhote está quase se esborrachando no chão, a mamãe vem, e levanta ele de novo. E a cena se repete, incontáveis vezes, até que o baby-águia finalmente aprenda. Quando os discípulos estavam no meio de uma tempestade, Jesus chegou, conta a Bíblia, andando sobre as águas. Pedro ficou impressionado, e, vendo isso, Jesus simplesmente disse: "Venha". Do mesmo modo que Jesus chamou a Pedro, tão simples e docemente, Ele nos convida, inúmeras vezes, a andar sobre as águas. Pedro, entretanto, encenando, indubitavelmente, o papel de todos nós, duvidou. Nosso maior erro, enquando mini-seres é pensar que a graça e a miserivórdia de Deus podem se comparar às nossas virtudes e à nossa limitada capacidade. Deus, realmente, como diz a música desse Nani-cara que está na boca de todo mundo agora, vai além do que podemos ver e faz o que não podemos fazer. Quando eles voltaram pro barco, pra terminar essa história, Jesus acalmou a tempestade, e os discípulos, mais uma vez, reconheceram que Ele era o filho de Deus. Precisamos, sempre mais, aceitar o convite do Senhor. Precisamos voar sob as Suas asas, sabendo que Ele sempre nos levantará; precisamos andar sobre as águas, sabendo que, mesmo que afundemos, a Sua mão nos trará de volta à superfície, ou seja, precisamos confiar, confiar, confiar. Isso aprendido, adquirimos a certeza de que sempre, depois de um susto, vem o vôo nas alturas, depois do choro, vem a alegria, depois da tempestade, vem a bonança. Deus fala conosco sempre, e a Sua voz é nítida, até mesmo na tormenta. Ele diz: "Venha, venha. Não tema!"

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Ah, Senhor! Muito obrigada pelo refúgio e porto seguro que o Senhor é na minha vida. Muito obrigada pelas preciosas lições que você me ensina nas adversidades. Muito obrigada pela Sua mão que me guia sempre, e, acima de tudo, muito obrigada por ser o melhor amigo que alguém poderia ter! Eu O amo! Tudo o que o Senhor tem feito na minha vida é, no mínimo, muito lindo.