sábado, 8 de novembro de 2008

A Princesa e o seu Rei (Beth Moore)

[Texto de Beth Moore, que eu recebi há quase um ano e sempre quis traduzir. Vai aí o meu pequeno ensaio, com muitos erros. A história é muito linda, though]


Era uma vez uma princesinha que ficou muito brava com o seu pai, o rei. Ela tinha muitos servos, então não precisava se preocupar muito com as suas coisas. "Já sei o que vou fazer", ela disse a si mesma, "vou dar uma lição em todo mundo. Vou fugir de casa e deixar meu quarto bagunçado desse jeito". Ela foi atrás dos costureiros reais e pediu-lhes roupas comuns, jogando no chão tudo o que ela não queria. "Agora, onde está minha roupa?", ela resmungou. Ela se vestiu como uma menina comum e medíocre. Ela deslizou bem quietinha pela porta secreta. Ela sabia que o seu pai, o rei, não notaria a sua ausência por muitas horas, porque ele tinha uma reunião importante no escritório do embaixador.
Rapidamente, ela encontrou um grupo de crianças jogando stickball em uma ruazinha estreita. Ela pensou: "eles se divertem muito mais que eu. Estou cansada de ser uma princesa. Quero ser como eles." Eles a chamaram para brincar e ela foi. Em um instante, ela aprendeu a sua maneira divertida de brincar. Ela dava cotoveladas em qualquer pessoa que se intrometesse no seu caminho, igualzinho a eles. Ela reclamava muito quando perdia a bola, igual a eles. E quando ela caía, caía estrategicamente na lama, igual a eles.
De repente, uma menininha que todos eles pareciam conhecer apareceu na esquina, quase sem ar: "Corram! Alguma coisa muito grande está acontecendo na Rua Principal!" Os bastões caíram e todas as crianças correram. A princesa estava até orgulhosa de si mesma, porque ela também podia correr, igual a eles. Entretanto, ela achava que era hora de comer. Ainda bem que até uma princesa pode correr com a barriga roncando. Eles chegaram em uma multidão que exclamava "ohs" e "ahs", diante do que viam. As crianças tentaram fazer seu caminho, mas aquelas pessoas, muito bem vestidas diziam: "saiam daqui, crianças danadas!".
A princesa, enfurecida, disse: "eu não sou uma criança danada! Eu sou uma princesa... Ou," ela continuou, "pelo menos eu era. Agora eu vou ser igual a eles."
Então ela deu uma cotovelada na mulher e garantiu que suas saias ficassem cheias de lama. "Não adianta", disse um menino, "não vamos conseguir chegar na frente. Vamos subir na árvore." Eles subiram na árvore como uma dúzia de macacos. A princesa se reafirmou: "Eu posso subir essa árvore. Eu sou igual a eles."
Quando ela estava subindo no segundo galho, ela se desequilibrou e caiu. Os adultos ficaram olhando para ela, e as crianças gritaram: "Sobe logo, lá vem!"
Ela nem sabia o que era, nem se importava nesse momento. Ela queria chorar, mas não ousaria. Eles não chorariam, e ela era igualzinha a eles. Em vez disso, ela reclamou. Finalmente, ela conseguiu subir num galho mais largo e perguntou: "o que é que vocês estão olhando?" Os outros disseram: "É o rei, sua idiota! Você não conhece um rei quando vê um?"
Ela foi mais pra frente e viu todos aqueles dignatários em frente à limosine. A porta se abriu e lá estava ele. Tão grande, tão digno, tão real.
"Longa vida ao rei", o povo gritava. De repente, todos estavam curvados, apenas ele de pé. Um dos meninos disse: "nós temos o melhor ângulo. Vamos jogar nossas bolinhas no rosto dele". O terror tomou conta do coração da princesinha: "Vocês não podem fazer isso!" "E por que não?" "Porque ele é o rei!" "E daí?", eles retrucaram, e começaram a jogar.
"Parem! É o meu pai". As lágrimas que ela havia segurado antes jorraram como uma fonte.
"Claro, como o nosso pai é Abraão.", eles zombaram.
"É sério, ele é o meu pai"
E eles riram com mais força ainda.
"Olhe pra você", eles disseram, "você é igual a nós, você nem tem um pai."
Ela viu o seu pai limpar algo do seu rosto. Ele olhou para a árvore, vendo as crianças que gritavam com ele. Uma vergonha indescritível tomou conta dela. Ela tinha certeza que ele a vira, mas talvez ele não a tivesse reconhecido.
Ela pulou da árvore e começou a correr para o palácio, enquanto as crianças jogavam bolinhas nela. A caminhada parecia durar para sempre. De repente, ela percebeu que estava toda suja e sangrando e começou a chorar ainda mais, se sentindo muito pequena. Quando ela chegou ao palácio, viu que a porta secreta estava fechada. Do mesmo modo, todas as outras portas. "Ah não! Aqui não é mais a minha casa e não tem mais nenhum lugar para ir."
Apenas a porta da frente sobrara, mas ela não poderia usá-la. Todo mundo veria. E olhe para ela, ela é igual aos outros. Então ela esperou e esperou, tentando achar outra solução. Finalmente, já muito cansada, inchada e machucada, ela foi para a porta da frente, com suas roupas arruinadas e sua face suja cheia de lágrimas. Ela ainda parou um minuto, tentando pensar em qualquer outra maneira, mas não havia nenhuma.
Ela levantou a mãozinha e bateu na porta, só uma vez, morrendo de vergonha. Antes que ela pudesse reunir toda a sua coragem para bater mais uma vez, a porta se abriu. Enquanto sua cabeça estava baixa, de tanta vergonha, ela só via os seus pés. Era o seu pai, o rei. Ela chorou muito: "Desculpa, papai. Olha o que eu fiz. Que vergonha." Ele se abaixou e disse: "venha aqui, minha princesa." "Não, papai. Eu não sou uma princesa. Eu sou igual a eles."
"Oh, minha pequena. Você pode ter agido como eles, mas você não é um deles. Você é minha. Mas, filha, você nunca será completamente feliz até você aceitar tanto o privilégio quanto a responsabilidade de pertencer a mim."
Naquela noite, ele a levou para a cama e cuidou de suas feridas, lavou suas roupas. Ele a ajudou a limpar o quarto e se sentir, mais uma vez, como uma princesa. Ele a beijou, desejou boa noite. Enquanto saia do quarto, sua roupa dourada e brilhante estava cheia de sujeira, por tê-la limpado. Os olhos dela, mais uma vez cheios de lágrimas: "Nunca mais. Olhe o que eu fiz com as roupas do rei."
Ele, sentindo seu coração quebrado, disse: "Sim, minha filha, haverá outras vezes. Mas eu abrirei a porta todas as vezes que você bater, e amá-la-ei de novo e de novo, até o fim."