sexta-feira, 2 de julho de 2010

Sobre princesas e príncipes

Pour mes amis P. et L.

Once upon a time, havia uma princesa muito bonita e muito inteligente, que procurava um príncipe com quem pudesse viver e ser feliz. Todos que a conheciam gostavam muito dela, porque a sua educação e a sua simpatia eram as mesmas, tanto para os servos quanto para os reis. A princesa queria ser médica, para poder ajudar as pessoas. O pai dela, o Rei, era muito poderoso, e todos os dias, antes de dormir, ela lhe pedia: "Papai, me mostre o meu par." Mas ele, em sua imensa sabedoria, esperava.
Havia, em um reino não muito distante, um rapaz bom, honesto e querido, que, vendo a princesa pela primeira vez, apaixonou-se para sempre. Não se passou mais um dia de sua vida sem que ele pensasse nela e nos seus olhos tão profundos. Foi tanto assim, que ele foi atrás dela, até que conseguiu vê-la, e começaram a namorar, mas só disseram ao Rei depois. Ele ficou um pouco triste, porque achava que era cedo, mas aceitou-os e os abençoou muito. A princesa e o menino foram muito contentes enquanto estiveram juntos, mas (e aqui lembro Machado, em Quincas Borba, penso, quando diz sobre um certo casal que se não estavam verdes para o amor, estavam verdes para o seu amor) o tempo mostrou que não sabiam lidar muito bem com as tendências diferentes que tinham e que precisavam mudar algo.
Ambos desacreditaram daquele amor. Pensavam que havia sido um sonho bom, uma valsa cujas repetições de três tempos viraram uma grande pausa. E na pausa vieram novos amores, para os dois, que foram bons também. Fizeram-nos crescer, e lhes deram certa alegria, mas, acima de tudo, lhes deram a certeza de que só seriam felizes um com o outro.
Depois de muito tempo sem se ver e sem se falar, a princesa e o príncipe ficaram um pouco distantes, mas ele, mais que ela, sabia que estariam juntos de novo. Às vezes desanimava um pouco, mas sempre soube que era ela, apenas ela.
Algo dizia a ele, sempre, que os olhares, as risadas, os abraços, as palhaçadas, a companhia, tudo dela era o melhor que podia ter, porque lhe tornava melhor. E como li em uma parede por aí, o amor só é lindo quando nos transforma no melhor que podemos ser. Era assim, a 'bela Lunna' para ele - disse-me tantas e tantas vezes. E eu concordei tantas e tantas outras.
Esperaram muito para ficar juntos de novo. As circunstâncias da vida os foram ora aproximando ora os afastando de vez. Mas reencontraram-se, como sempre se reencontram as peças que devem estar juntas em um quebra-cabeça. Só que dessa vez, quem os pôs juntos foi o Rei (e Ele apenas), ainda que talvez de maneira surpreendente. E quando Ele junta, nada separa.
Eu soube, desde maio de 2008, quando os vi em uma linda paisagem, sobrepondo a lua cheia na praia do Cabo Branco, apenas olhando um para o outro (guardo essa foto até hoje). Eu soube que seriam eles dois, o maior meant to be que eu já vi, para sempre e sempre. Eu vi um filme na vida real.

Que Deus os abençoe, queridos. Alegra-me muito o recomeço.