segunda-feira, 28 de junho de 2010

Renewal

Coisa bonita é a paixão. Boa de viver, de cantar, de escrever e até de ver. Mesmo quem nunca teve uma, adora ver os filmes e sente nostalgia quando está perto de um casal harmônico - todo mundo quer ter de um par (embora possamos viver felizes sozinhos - não me tomem por machista a opinião). Já li alguns, e gosto de ler sempre, escritos românticos. Se não penso que Romeu e Julieta seja obra-prima de Shakespeare, certamente aprecio os sonetos camonianos. Mas falam sempre do começo do gostar, das suas características e nunca do seu fim. Aliás, pergunto-me: acaba-se?
Not black-and-whitely, diria que sim. E jogaria um dardo com certeza no momento preciso. A paixão se acaba quando o seguinte pensamento surge: "Fulano(a) gosta mais de mim do que eu dele(a)." Pode-se dar por certo o fim do feto amoroso. Não crescerá, ou, crescendo, será doente, torto, manco, faltar-lhe-á algo, porque gostar, eu tenho visto nos outros e em mim, pressupõe um quê de falta de ar, um toque de nervosismo, umas borboletas que voam na barriga, uma segurança ansiosa. E essas coisas não param de acontecer. Tornam-se mais amenas, com o tempo, bem sei, mas não se acabam enquanto houver cumplicidade e euforia. Aquilo que não se renova, morre - regra geral.
E, digam-me, como quem diz a um mero observador: que é o amor, se não um começo eterno?