domingo, 11 de julho de 2010

Do lado de dentro

A definição que mais busco pela vida afora é esta: o amor. Isso porque sei que o amor é o que une as coisas com perfeição, é o que faz o mundo andar, é o que me salva. Mas é muito difícil, para mim, colocar tamanha importância definida em palavras. Embora eu não saiba o que é, exatamente, essa força tremenda, eu sei o que não é amor. Não é amor o sentimento súbito de dois meses de namoro em que as pessoas prometem fidelidade eterna. Não é amor o que nos faz sentir indignos, o que nos faz piores, o que nos faz pequenos. Não é amor aquilo por que nós precisamos agradecer sempre. Não é amor o que acentua os nossos defeitos. Não é amor o que nos dá medo, porque, como diz a linda palavra de Deus, o verdadeiro amor lança fora todo medo. Não é amor o que assusta, o que não nos impulsiona a aprender mais, a viver mais. Enfim, não é amor o que não nos torna cada vez mais livres, cada vez mais independentes, cada vez mais sonhadores da nossa própria história. Não é amor a possessão idiota, a desconfiança boba, ligar cinco vezes por dia.
Tenho certeza, mais que tudo, que nada disso é amor, porque o pressuposto do amor é o amor - nada mais.