quinta-feira, 1 de janeiro de 2009

Só um grãozinho

A bíblia está cheia de histórias comoventes. Desde a coragem de Davi à força de Maria, tudo me encanta. É curioso como costumamos associar uma lição a cada história, ignorando, muitas vezes, as mil faces de cada uma dessas sagas. Por exemplo, todo mundo fala da paciência de Jó, mas foram poucos os pastores que eu ouvi pregar sobre a sua fé. Jó sofreu muito, mas suportou tudo. Perdas inimagináveis, acompanhadas da paciência que lhe rendeu uma expressão idiomática bastante utilizada. Tenho certeza de que todo mundo já escutou: "Fulano tem paciência de Jó."
Pois bem, concordamos todos, eu, você e o mundo: Jó era paciente.
Entretanto, essa linda virtude - que, por sinal, anda muito em falta - é fruto de apenas duas letrinhas: fé. Jó, apesar do seu pungente sofrimento, confiava na soberania de Deus. Ele tinha uns amigos que ficavam, o tempo todo, tentando convencê-lo de que a razão de ter perdido tudo era o seu pecado, sendo Jó um homem íntegro e fiel a Deus. Em meio aos discursos fervorosos dos seus amigos, Jó disse o que eu encaro como uma das maiores declarações de fé: "Ainda que Ele me mate, nEle esperarei."
E eu sei que devia ser só como um grão de mostarda, a fé dele.
Quando achamos que estamos confiando, que entregamos tudo a Deus, olhamos para as nossas mãos e vemos que elas ainda estão cheias, logo, estamos querendo controlar tudo. Martin Luther King Jr tinha muita razão, naquele discurso: "Eu segurei muitas coisas nas minhas mãos e perdi tudo, mas aquilo que eu coloquei nas mãos de Deus eu ainda tenho."
Acredite, eu vejo todos os dias que Deus toma conta de tudo muito melhor do que nós. Vejo com a minha fé, menor que um grão de areia.
E por ela mesma, sei que um dia estaremos de acordo, eu, você e o mundo: Deus é sensacional!