sábado, 1 de março de 2008

Por vezes, nosso interior fica em pé de guerra. Partes de nós querem algo, outras o reprimem. Para os outros, parece tão fácil aconselhar, enxergar a melhor solução para o nosso problema; parece tão fácil dizer uma brincadeira, dar um abraço, esquecer. Há aqueles para os quais a vida é muito simples, tudo é uma risada, tudo é um sorriso. Tenho pena desses indivíduos. O admirável Fernando Pessoa escreveu: "Ah! A felicidade de não ter de estar sempre alegre!". O medo, a tristeza, a insegurança, a dúvida, fazem parte do nosso ser, da nossa essência, de nós. Eu não acredito em pessoas perfeitas, e acho que deve ser muito chato ter que viver sempre sorrindo. Parece que de uns tempos pra cá todo mundo anda lendo esses livros de auto-ajuda ('disgusting', por sinal) e esquecem-se, todavia, de que a ajuda só vem de um lugar. O livro de Salmos está cheio de versos em que Davi pergunta a Deus: "até quando?"; ele não parece sempre sorridente, mas foi um homem segundo o coração de Deus. Viveu o melhor de Deus. Sou-Lhe grata pelas minhas fraquezas, pelas dúvidas, pelas lágrimas, porque sei que aprender dói. As batalhas dentro de mim estão incessantes, como em um jogo, mas minha confiança é saber que, no meu coração, quem escolhe o baralho e dá as cartas é o Senhor.

"Mas a vereda dos justos é como a luz da aurora,
que vai brilhando mais e mais até ser dia perfeito."
Provérbios 4.18