sábado, 8 de março de 2008

Dia Internacional das Mulheres

Recordo-me nitidamente do que ocorreu exatamente um ano atrás. Quando eu entrava no colégio, o porteiro - por sinal, sempre muito educado - disse-me: "Bom dia, senhorita! Parabéns!". E percebi que havia saudado às pessoas antes de mim da mesma forma. Ignorando a data, respondi-lhe: "para você também!". Quando cheguei à sala de aula, fiquei sabendo que era o tal do "Dia Internacional da Mulher", e tive vontade de ir pedir desculpas ao simpático porteiro. Nota-se, portanto, que não sou uma feminista. Não abriria minha boca, muito menos minhas idéias para defender tantas mulheres imbecis e corruptas que existem por aí. Não, não o faria. Também não argumentaria que as mulheres são melhores que os homens por carregarem seus filhos, e jamais diria que são iguais aos homens. Mas falar da minha opinião e visão pessoal do papel feminino é muito fácil e simplório, eu que vivo nesse Brasil brasileiro, onde nunca fui privada de falar. Penso, hoje, naquelas que, mesmo aos cinquenta anos, são mudas. Não podem se expressar, não têm lugar. É, para mim, idiota uma manifestação feminista aqui; mas ao olhar as fotos das mulheres reunidas no Afeganistão e no Paquistão, por exemplo, estremeço. E vejo quão cruel e precária é a conjuntura global em que estamos. As pessoas têm essa mania de achar que todos têm a mesma consciência; eu mesma sempre caio nessa besteira. Ante-ontem, por exemplo, fiquei estupefata quando um colega de sala afirmou que as mulheres ganham 20% a menos que os homens para uma mesma função porque são, em suas palavras, "abestalhadas". Além de horror, dá-me pena ver que alguém que deveria estar em nosso nível cultural tem concepções tão precárias. A história nos mostra tantas, a começar por Maria(a mãe de Cristo), passando por Wolstonecraft, Elizabeth, Chiquinha Gonzaga, de Beauvoir, Olga (embora não concorde com seu comunismo), e TANTAS outras. Hoje, então, escrevo em defesa e admiração das mulheres. Das que lutam pelo que precisam, choram, sofrem, mas têm a força inerente ao nosso sexo pseudo-frágil.

"Dizem que a mulher é o sexo frágil, mas que mentira absurda!"
(Erasmo Carlos, em sua música admirável)