terça-feira, 10 de agosto de 2010

Mes Maries

Houve muitos momentos da minha vida em que aconteceu o que hoje acabo de presenciar: ver minhas tias juntas. São de tantas partes e é tão difícil encontrá-las todas, mas parece que a ausência de uma ou duas, embora eloquente, é suprimida pela alegria das outras. Já as vi reunidas na tristeza, já as vi brigarem algumas vezes, e, quase sempre, vejo-as sorrindo muito quando estão juntas. Contam as histórias antigas, riem umas das outras, dos seus próprios fracassos e palhaçadas, das piadas de meu avô, sempre presentes. Mamãe já se incorporou à tribo, tanto que parece também irmã delas.
Têm, como todos os seres humanos, defeitos. Temos, como todas as famílias, erros, briguinhas e tudo o mais. Mas saber que se pode contar com o outro sempre; que, além das fronteiras ou da distância existe o meu sangue que me quer bem e que a risada é sempre garantida me faz pensar como é bom ter uma família que teima em ser unida, porque no momento da dor é aí que encontramos aconchego.
Quando ouço os apelidos de tia leleda (que teima em chamar as pessoas pelo nome das personalidades de Brejo, como se fossem super conhecidos), as reações engraçadas de tia lena, a serenidade de tia lolina, a dedicação de tia neuminha (ou o general, para os mais chegados), o nervosismo agitado de tia lucinha, o português-inglesado de tia betânia, a minha semelhança física em tia marilza, a quietude de tia fátima e a presteza de tia marluce, sinto que em mim há um pouco de cada uma delas (de algumas mais que das outras, é claro).
E como são queridos a mim os dias como este, em que vou dormir à 1h da manhã porque tenho muito sono, quando na verdade queria ficar conversando até amanhecer. Mas, como este blog se tornou, antes de tudo, um registro camuflado das minhas emoções diárias, não poderia deixar de registrar aqui a alegria que me enche agora.
Queria que vocês conhecessem as minhas marias :)