segunda-feira, 3 de agosto de 2009

Ando dando férias à revista Veja. As opiniões são tão repetitivas e consequentemente previsíveis, que deixei-a de lado. Hoje, porém, calhou de estar a tal revista aqui em casa e eu a li. Falava a seção internacional sobre Teerã. Para mim, que pensava que o caso de Antígona seria passado grego remoto, foi a maior supresa ver que as forças armadas se posicionaram em frente a um cemitério para impedir que as pessoas chorassem seus mortos. As expressões na foto que ilustrava a reportagem eram de dor, de angústia e de indignação. Os cidadãos iranianos há muito, temos visto, perderam a liberdade de expressão, o direito de ir-e-vir, mas agora privavam-lhes do pulsar humano - não podiam mais nem sofrer. E qual não foi o meu espanto ao ler que, como o Tistu que eu tanto lia quando pequena, eles estendiam rosas às pistolas! Imagino os soldados armados e, frente a eles, as rosas e as lágrimas de quem não pode nem chorar. Queria poder aplaudir cada uma das rosas. Sua singeleza me constrange.