quarta-feira, 21 de maio de 2008

Troca de Papéis

Dizemos tantas coisas, que nem paramos para pensar sobre o seu significado. Sei que ainda preciso aprender muito de mainha sobre o preto no branco, mas me divirto pensando no porquê das coisas (tem vezes que penso tanto, que, de repente, paro percebo que estou dentro desse corpo mesmo; viajo nas idéias, pra depois ver que sou simples matéria). Anyways, hoje o que me ficou na cabeça foi "não dá para agradar gregos e troianos". A vida nos traz inúmeras faces e escolhas. O tempo nos ensina que é preciso ter cautela; a sabedoria nos diz que é mister moderação para tudo. Dificilmente temos a mesma oportunidade de novo. Agora que estudo probabilidade, diria que é uma em mil trezentos e oitenta e cinco. Talvez mais (não sou boa de contas).
Os troianos, entre o Egeu e aquele outro mar cujo nome não me recordo agora, controlavam o comércio. Andavam bem demais, os caras. Uma civilização estabilizada, impunham seus limites, mas não tinham um exército muito forte. Um dia, alguém de lá resolveu se apaixonar (essa bobagem acontece desde sempre, não é mesmo?), e o tal de Páris foi atrás do seu amor; penso que tenham sido felizes. Menelau, que suponho já nem gostava mais da mulher, não se conformou. Queria acabar com Páris. Mas Helena não era o motivo principal: havia tanto por trás, que a coitada nem imaginava, eu acho. Páris não, era bobo para o amor, mas enxergava o que acontecia. Houve disputas, e os troianos vinham em desvantagem. "Os gregos nos mandaram um cavalo! Vejam só, a guerra acabou!" - é o que devem ter gritado os pobres soldados, sem saber que o pior começava ali.
Em fazendo essa análise, vejo quão sábia é aquela expressão a que me referi no início. Há, em minha vida também, alguns gregos. Umas pessoas gregas, uns sentimentos gregos...
Entre gregos e troianos, é escolher contentar o que nos faz bem. Afinal, não temos todo o tempo do mundo, nem todas as chances.

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"A vida passa num instante"
-Oswaldo Montenegro