sábado, 10 de maio de 2008

Dia das Mães

As mães, coitadas, perderam tantas noites de sono, trocaram fraldas, insistiram para que comêssemos, compraram roupas, vibraram nas nossas festinhas, se desesperaram quando caímos. E no ABC? Choraram como crianças. A minha até de palhaço já se vestiu por mim (e eu nunca me esqueci)! Naquelas contas de divisão que pareciam tão difíceis, procuraram manter a paciência e nos ensinar. Também quiseram corrigir tudo nas nossas vidas, até as vírgulas. Com o tempo, percebem que cada um tem que aprender a pontuar sua existência, e viram fãs da nossa fluência ortográfica em viver (mas controlam sempre o corretivo - e precisamos mesmo, por vezes). A farda do colégio, de bermuda, virou calça, aí elas percebem que estamos crescendo. Nos meninos, nasce um bigode ralo; as meninas compram fichários, mas elas insistem em nos chamar "bebês", porque sempre seremos seus filhotinhos, não importa a idade. Como quem vai aprender a andar de patins, elas seguram a nossa mão tão forte no começo, depois vão afrouxando e ficam gritando para nos dar coragem; de todo jeito, nos seguram a cada queda. Dizem que, depois que se tem filhos, nunca mais se tem uma noite tranquila de sono. Agradeço à minha mainha por abrir mão de suas tranquilas noites de sono, para que eu pudesse ter uma vida tão descansada assim.