quinta-feira, 23 de abril de 2009

Abriremos as portas e sairemos às ruas. Todos, no mesmo dia, faremos greve. Pelos que morrem de fome, pela violência, pelo descaso. Gritaremos, para quem quiser ouvir, sobre as falhas das instituições públicas e a corrupção dos políticos. Falaremos da guerra e do racismo. Revoltar-nos-emos. Cantaremos as músicas de protesto, pintaremos os rostos, usaremos branco. Andaremos. Ou marcharemos. Cumpriremos nossa missão. Externaremos toda a insatisfação que há em nós.
Em outro dia, sairemos de novo. Protestaremos contra a falta de humanidade das pessoas. Gritaremos contra os que não sorriem nem riem, contra os que se escondem atrás de semblantes sombrios. Falaremos do desamor. Faremos greve pelos que morrem de tristeza, de depressão, pelos que não celebram o nascer e o pôr-do-sol. Revoltar-nos-emos. Cantaremos as músicas de amor, vestiremos as roupas mais coloridas que tivermos e soltaremos beijos ao vento. Correremos. Ou dançaremos.
E eu sonho quotidianamente que, de fato, nesse dia, cumpriremos também o nosso objetivo e poderemos externar todos a nossa essência repleta de festa.