sexta-feira, 7 de setembro de 2012

Memento mori

Minha mãe, um dia desses, me contou a seguinte história, que leu em um desses emails encaminhados. Havia uma guerra entre dois povos, e os dois reis se odiavam tanto que investiram todos os seus recursos para vencer a guerra. Naturalmente, apenas um foi o vencedor. Porém, quando olhou à sua volta, só viu destruição, e não havia sobrado nenhum de seus súditos. Não suportando a solidão, saiu pelos antigos povoados, procurando algum sobrevivente, alguma frase que lhe consolasse. Andou por muitos lugares, conversou com sábios, mas nunca conseguiu a resposta que queria, até que avistou uma casa que parecia o paraíso, em meio àquele lugar tão triste. A casinha era extremamente pobre. Seu dono, muito velho, um pouco encurvado pelas surras do tempo, mas trazia, em seu rosto, um sorriso sereno. O rei vencedor, é claro, não entendeu o porquê daquela alegria, então, resolveu passar o dia na companhia do homem, que acabou lhe revelando que era um dos comerciantes mais ricos do povoado que perdeu a guerra e que, por isso, não tinha mais dinheiro algum. Ao fim da tarde, o rei não se segurou e perguntou: por que você é tão feliz, se não tem nada? O homem nada respondeu, apenas sorriu, como se admirasse a ingenuidade da pergunta. Quando entraram para o jantar, o rei, de repente, encontrou, talhada na madeira da casinha, a lição que tanto procurava. O quadrinho de madeira, já caindo aos pedaços, dizia: tudo passa.

É lição que nos ensina a viver os altos e baixos da vida, acreditando que tudo vai melhorar, quando a dor bate no coração, e aprendendo a tratar bem a todas as pessoas, porque estaremos em seu lugar, algum dia. Lembro também de um curto ditado: o homem deveria carregar uma frase em cada mão, e olhá-las quando se sentisse muito exaltado ou muito humilhado, dizendo, respectivamente "não passo de pó e cinza" e "por minha causa, o mundo foi criado."