domingo, 24 de fevereiro de 2008

Se eu tivesse asas voaria. Mas por que depender delas, eu que nunca quis prescindir de ninguém? Às vezes penso que Deus não nos dá tudo o que queremos para que saibamos quão limitados somos. Mas, ao mesmo tempo, penso que talvez Ele não nos dê para que não sintamos nossos limites, e pensemos em transcender essa pequenez - que paradoxo!Aliás, amo os paradoxos, as antíteses e todas as figuras de linguagem que se opoem, penso que são pequenos reflexos da sabedoria. E discordo de quem disse que o homemera a única coisa concreta do Universo (quem sabe as estrelas sejam, mas as pessoas?) Esses pontinhos que andam por aí, matam, roubam, sorriem, brincam, brigam, arrependem-se, machucam e amam? Quer maior contradição? Somos muitos e poucos, acreditamos em quase tudo o que nos dizem, parecemo-nos com uma pintura abstrata cubista - melhor, impressionista. E, embora seja como tão incerta quanto todos os humanos, há algo concreto em mim: se eu tivesse asas, voaria!
(22/12/07)

"Liberdade é pouco. O que eu quero ainda não tem nome." (Lispector)