sábado, 7 de maio de 2011

Mamazita

Eu poderia dizer que minha vida anda muito corrida ultimamente, mas seria injusto e mentiroso, porque, na verdade, minha vida é muito corrida: falando de maneira franca, foi este o ritmo que eu sempre quis lhe dar. É assim que eu gosto de ser, mas de vez em quando me dá um cansaço e a única coisa que eu quero fazer é parar. Mas não é fácil. A sensação é como pular de um trem em movimento, sabendo que você vai ter que voltar antes que passe o último vagão. Tenho aprendido, contudo. A ser mais paciente e mais contemplativa e menos aperreada - quem vive ao meu redor sabe. E sabe também que nada é mérito meu. A compreensão menos rasa da Palavra Divina me tem feito ver que "há tempo para tudo" tem um significado mais profundo. Além disso, as lições de minha mãe, que tem o triplo de minhas obrigações - e as cumpre com mais excelência - me fazem ver outras cores na vida. Suas lições são faladas e vividas e baseiam-se, principalmente, na filosofia - nossa, de sempre - de Lulu Santos: "tudo passa, tudo sempre passará." Às vezes chego em casa tão acabada do dia, olho para tudo o que tenho que fazer, e escolho a companhia de mainha, que é mulher sábia. Neste dia que chamam das mães, sinto o impulso de dizer, a quem quiser ouvir, que amo muito minha mãezinha, que sou grata a Deus pela sua vida e a ela por me apoiar, me acalmar,  me amar, me aconselhar e estar presente nos momentos mais importantes - e também nos menos importantes, no coditiano - de minha vida. Acredito na escrita (e nos gestos) como as formas mais sublimes de expressar sentimentos, mas, para demonstrar como amo minha mãe, até isso me é insuficiente.