Que não há mais nada a ser dito. Quase sempre, na vida, não há mais nada a ser dito. Há coisas a serem feitas, decisões a serem tomadas: por vocês, por mim, por todas as pessoas. Se umas não decidem, outras o fazem. Clarice dizia que o amor não mata. Às vezes parece que sim. Mata um pouquinho a cada dia. Mata quando não ouve o coração do outro, ou melhor, a intensidade do coração do outro. Tudo já foi dito, mas dizer não adianta. Dizer não muda as águas. As palavras, que são tudo, são também nada. Feche e abra os olhos. Veja que tudo continua exatamente no mesmo lugar, inclusive os medos latentes. Só um peteleco e eles explodem. Boom. E vocês, o que farão? Esperarão a vida inteira para que outro venha e estale os dedos? Por que não conseguem viver a própria vida? Os loucos (principalmente as loucas) vêm ao mundo com suas mensagens. A Virginia (das horas - always, the hours) disse: "you cannot find peace by avoiding life." Eu digo: "you cannot find peace by avoiding Life. You never will." E talvez, se vocês querem evitar a Vida, eu não quero estar com vocês. Eu quero estar onde a Vida transborda, onde há coragem, onde há bravura, onde há um amor que não mata, porque não morre inerte. Eu quero estar onde as palavras fluem incessantemente com o riso e com as lágrimas; onde há beleza, porque houve escolhas. Eu quero estar onde o meu dizer seja bonito de novo. Em Cristo. Porque, se em outras coisas eu me pareço com vocês, nisto sinto que somos muito diferentes. Inconciliavelmente diferentes.
"Love is life. All, everything that I understand, I understand only because I love. Everything is, everything exists, only because I love. Everything is united by it alone. Love is God, and to die means that I, a particle of love, shall return to the general and eternal source." (Tolstoi)
quarta-feira, 21 de novembro de 2012
terça-feira, 6 de novembro de 2012
Still my fav place.
É liberdade.
É descobrir as novas cores, tons e nuances da vida.
É viver sem hora certa, nem para sair de manhã, nem para voltar de manhã.
É andar por lugares desconhecidos, na certeza de que se chegará a um lugar bonito.
É sentir agitação e tranquilidade habitarem o coração ao mesmo tempo.
É ver que as coisas, vistas de cima, são tão diversas.
É compreender que ser é mesmo como a tua roda gigante.
É presenciar a materialização dos bandolins da música, sempre no mesmo lugar.
É ouvir teus espetáculos, teu sotaque.
É saber que Deus nos cuida, onde quer que estejamos.
É ter o presente de estar acompanhada dos outros e de si própria.
É conhecer novas ideias, novos sabores, novos modos de ser.
É perder-se em livrarias, em prédios ou nas ruas.
É ver Ovídio desenhado por Dalí, bem de pertinho.
É o nascer de um novo poeta, tão lindamente perturbado quanto devem ser os poetas.
É liberdade.
I love you, L., for what you mean to me.
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